Uma situação que está preocupando os profissionais de saúde de Toledo refere-se a um comportamento identificado diariamente durante a execução dos trabalhos dos agentes de combate às endemias (ACE). Na tradicional visita para inspeção domiciliar a entrada dos agentes aos imóveis tem sido cada vez mais dificultada.
“O que a gente vê na maior parte dos casos é quando a pessoa tá em casa e ela não vem nos atender. Então ela nem vem dizer que não vai nos atender, ela simplesmente não atende. Às vezes a gente vê que tem uma movimentação, que tem alguém em casa e mesmo assim não nos recebe”, relata a ACE Andreza Ferras. Essa situação se agrava mais com a chegada do frio, quanto mais frio, maior a dificuldade dos moradores atenderem.
Bairros - O desempenho dos agentes de endemias está muito relacionado com o bairro ou quarteirão que estão atuando no momento. A título de ilustração, dos 29 imóveis acessados até o momento da entrevista pela ACE Andreza Ferras, ela não conseguiu acessar 8 deles. No mesmo período, a ACE Tânia Milan tentou acesso em 33 imóveis, porém só 16 estavam abertos. A primeira agente fez uma rota comercial, isso facilitou o acesso aos estabelecimentos.
Segundo a supervisora geral do Setor de Endemias, Rosilene Santiago Duarte, Coopagro, Porto Alegre, Fachini, São Francisco e América são regiões da cidade em que existiam grande dificuldade de acesso dos agentes e a ação das equipes conseguiu quebrar algumas resistências. Outro fator bastante frequente é de residências que estão fechadas, pois os moradores estão todos em horário de trabalho.
Casos de dengue - “A falta de informação é a principal causa dos casos de dengue no município. Estamos sempre com orientações novas, tem vários casos confirmando a cada semana, as maneiras como a gente previne, temos sempre que estar atualizando sobre esse cuidado. Então, a falta da nossa orientação sobre a forma apropriada para o cuidado com uma plantinha com água, um ralo que ela não usa, uma sacada, coisas assim, pode gerar um foco. A gente tem que estar sempre pensando em novas maneiras de se prevenir, isso é muito importante”, complementa a ACE Andreza Ferras.
Raridade - Em uma das visitas realizadas nesta quarta-feira (25) na região central de Toledo, as agentes de endemias acessaram a casa do aposentado João Samuel Nogueira (70). Diferente de grande parte dos imóveis abordados, ele faz questão de receber a inspeção técnica em seu quintal. “Eu acredito muito nesse trabalho e gostaria que viessem com mais frequência, não só na minha casa, mas em todas. Eu sei que tem residência aqui que não recebe [os agentes]. Mas é um trabalho 100%, eu gosto muito. A gente nunca pegou nada e não quer pegar também”, frisou o aposentado, ressaltando a importância das visitas, as quais ele garante que sempre foi bem orientado.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pede para que os agentes sejam recebidos nos imóveis visitados e possam realizar as vistorias adequadamente. “Os agentes precisam entrar para orientar também sobre doenças como dengue, zika, chikungunya, raiva e escorpiões. A recusa ocorre por desconfiança, falta de compreensão da importância do trabalho dos agentes ou até por problemas nos imóveis”, pontua a supervisora Rosilene Duarte. Ela destaca ainda a preocupação com ataques de cães aos agentes e a necessidade de conscientizar os moradores sobre a relevância do trabalho de prevenção.
Telefone - O Setor de Controle e Combate às Endemias informa que está com um novo número para atender moradores que não estavam em casa quando os agentes de combate a endemias foram fazer a vistoria. Quem recebeu o informe sobre esta ausência, deve agendar a visita pelo número (45) 3196-3095 ou pelo whatsapp (45) 99133-6391.